Férias com chuva para alguns é algo ruim...mas em casa quentinha com um pouco de sossego não resisto ao aconchego das letrinhas, umas para ler, outras para escrever.
E nestes dias brinquei um pouquinho, seguem alguns sopros, assovios e grunhidos...
*
Me interessa o que fui, o que sou, o que posso vir a ser.
*
Num canto vazio
um corpo vadio
transborda lamentos.
O corpo cansado
marcado, suado
procura alimento.
O corpo no copo.
*
A poesia é
a lágrima que não sei derramar,
o leite que não pude beber.
A vida que pensei ser minha...
e não cheguei a ter.
*
Desatento
Mesmo sem você ouvir a história aconteceu.
Mesmo sem te interessar a vida prosseguiu.
E sem você perceber, me percebi sozinha.
*
Não queria ser poeta, pois a saudade que ampara a caneta.
Queria ser bicho, sentidos saciados sem argumento.
Só corpo, só carne...
Não queria ser poeta, bastaria ser feliz.
*
Combinam a carne, o gosto, o cheiro.
Desconhecem essência, decência, piedade.
Suor, rangido, atrito, prurido.
Silêncio, plásticos cortados.
Palavras, facas afiadas.
Combinam o sêmen, separam a alma.
*
Palavrices, brincadeiras, brincalavras, palavras.
Um comentário:
Voa poetisa, rs!! Adorei...
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