quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Liberdade

Me esqueci por um tempo de como é importante tentar ser livre, mas me sobrou um pouco de lucidez para relembrar.
Renasço entre palavras, recolho frases, analiso opiniões e concluo...
Felicidade existe dentro de uma simples ação, até mesmo na tomada de consciência, não existem verdades perfeitas nem situações eternas, o que muda é a forma de nadar em meio a corrente, aproveita-se a força ou gasta-se toda a energia lutando contra a natureza.
De todas minhas versões, reações e opiniões algumas me seduzem e de certa forma permanecem latentes mesmo quando não estão visíveis.
Tenho uma natureza solitária, e me divirto com minhas personas, todas tão envolventes e interessantes...
Quero conviver, conhecer, compartilhar e descobrir! Necessito de silêncio para equilibrar minhas vozes internas tão falantes. Ouço um grito que me impulsiona e muda desejos e escolhas, um clamor por liberdade de sentir.
Me prometi parar de projetar e pretendo manter minha promessa, serei meu juíz, protagonista de uma história que só cabe a mim.
Dou-me boas vindas, retornei, estou inteira como lua cheia, capaz de refletir o calor do sol se ele for oferecido. manterei minha essência, minguante, crescente ou nova, no meu ritmo.
Liberdade, liberdade, liberdade, liberdade, liberdade...


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Impressões

Cada pessoa vê o mundo ao seu modo e retira dele o que convém, descobrindo maneiras de reinventar o que já existe.
Resolvi escrever algumas impressões que construi nestes últimos dias, conhecendo uma parte de Belém, posso até dizer que estou recebendo uma amostra do que realmente existe aqui pois a cada passeio percebo minúcias que no primeiro momento não me tocaram.
A primeira coisa que chamou minha atenção foi a quantidade de água, seja ela dos rios, igarapés e da chuva, realmente chove todo dia.
As cores das folhas das árvores, numa infinidade de tons verdes que compõem um cenário fascinante, o toque da luz solar nas nuances das cores enche os olhos.
Os sabores da culinária regional, venho experimentando aos poucos.
A beleza do povo, com suas peles morenas num tom bronzeado e cabelos negros, olhos penetrantes, estatura mediana e braços fortes.
A difusão da luz, perpassando as nuvens e tocando a água numa dança hipinotizante embalada pelo vento que insiste em percorrer o corpo.
São muitas mangueiras, carregadas por toda cidade derrubando despretensiosamente seus frutos pelas calçadas e parques.
Alguns prazeres simples como tomar um sorvete saboroso que refresca o calor, descansar na sombra de uma árvore, observar o balanço das águas ou o simples passar do tempo despretencioso são descobertas que tenho vivenciado.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Aprender...

Tenho o hábito de remoer algumas coisas pra conseguir engolir com calma, apesar de toda minha inconstância, da mania de falar sem filtro e de não conseguir disfarçar minhas reações estou aprendendo a respirar fundo e ponderar.
Controlar emoções é bem mais complicado do que mostrá-las, mas sou obrigada a confessar que tenho menos problemas agora o que não significa que isto me deixa feliz...
Parar e pensar antes de falar tem sido uma tortura necessária, quero ter todas as certezas possíveis, observar ao máximo antes de me posicionar para não haver nenhum arrependimento.
Estou tão longe da minha casa, senti falta da minha mãe, da cama mole e do barulho do meu cachorro latindo e principalmente da paz que só existe lá!
Vejo tantas coisas novas, lugares, pessoas, costumes e há tanta beleza misturada ao meu estranhamento de quem se acostumou com um mundinho tão seguro, me falta algo e ao mesmo tempo o novo me consome numa sede de conhecer que faz parecer tudo necessário, mesmo que exista a dor.

Gasto tempo esperando, olhando, sentindo, esquecendo...
Vejo a vida passa, e o que quero realmente pra mim?
Tenho que formular minha resposta com urgência.

Aprendo a olhar e calar, pra entender antes de julgar...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Arrisque-se!!!

De todas as fases que já passei, procuro aprender com as mudanças, e nada como o tempo para trazer respostas que dificilmente entenderíamos aos vinte anos.
As alterações do corpo, do pensar e do agir são resultados da vida, e tudo está interligado.
Refleti muito sobre como podemos ter reações diferentes diante de situações tão semelhantes, me perguntei o que acontece no nosso pensamento enquanto nos deparamos com a diversidade ou com o inesperado, e foram tantas respostas que foi necessário organizar.
Me lembrei das minhas reações aos vinte anos, como era impulsiva e desorganizada com a vida, cheia de vontades mas sem nenhuma observação dos fatos.
A passagem do tempo para muitos é motivo de tristeza, alguns se prendem nas mudanças estéticas, outros na fragilidade do corpo, mas vejo o passar dos anos como uma dádiva, acordar cada dia e ter a oportunidade de viver mais é maravilhoso.
Ninguém nasce pronto e isso já é algo muito bem pensado pela natureza, evoluir exige viver, tentar andar e cair, balbuciar e falar, engasgar a voz quando existe o medo e gritar.
Mas porque será que quando o assunto é sentimento ainda freamos o sentir para não cair no caminho? Engraçado é algo tão simples, e complicamos tanto.
Sou corajosa em tantos aspectos, mas em outros simplesmente travo e fico á deriva desesperada por um porto, porém decidi enfrentar meus medos.
Hoje ao menos posso perceber meu medo, que muitas vezes se mascarava e virava fuga.
Já li muita coisa, mas nada nos livros me ensinou a viver, foi necessário quebrar a cara, chorar, passar noites em claro, desviar o olhar diante do assustador para hoje compreender a vida.
Sei pouco, esta é uma certeza que carrego pois anseio conhecer muito mais, engraçado aos quinze anos me achava dona do mundo a pessoa mais esperta, e olhando para traz vejo uma menina boba cheia de sonhos e tão imprudente. Impressionante como o olhar muda, a cabeça, o corpo e o coração.
Buscava uma perfeição que só existia no meu faz de conta, hoje prefiro o torto, o incerto, cheio de mistérios para descobrir.
Nada permanece intacto ao tempo, e o melhor a se fazer é viver, e se for preciso pular do penhasco pra descobrir a sensação do voo nada melhor que tentar. Prefiro me esborrachar no solo do que ficar segura imaginando o sentir.
Se lesse isso há uns meses atrás iria achar uma loucura essa ideia, mas depois de ficar parada tanto tempo na beira do penhasco e ver o tempo passar e nada acontecer finalmente acordei.
Ninguém merece ser árvore frondosa, fincada no meio da floresta, que não balança ao vento e só observa o ciclo da vida.

sábado, 2 de janeiro de 2010

CONTO DA SOLIDÃO

Durante um longo tempo ouviu-se apenas o silêncio, aos poucos alguns ruídos carregados de dor apareceram envolvidos numa névoa de sentimentos conturbados.
Cada brecha de luz foi tomada pela escuridão, e lá se viu só, confusa e perplexa diante de tanto medo.
Cada gota de chuva que caia tocava sua pele e trazia á tona tanto já adormecido, que as sensações tiraram-lhe a consciência e a fizeram adormecer em meio a lama. Nada mais importava, apenas a solidão lhe servia de cobertor.
Após horas inerte, inebriada pela sensação seu corpo começou a despertar, ondas de calor lhe percorriam o corpo e todo o medo foi se trnsformando em curiosidade, e seus olhos viram o desconhecido com tanta cor, e nada mais importava.
Levantou-se ainda tonta da queda, aproveitou as últimas gotas da chuva para limpar seu corpo, e retirar os vestígios do passado, e tranquilamente deslizou na lama, impulsionada pela sensação de liberdade que recebia.
Atingiu terrenos cobertos de grama, e com passos lentos firmou os pés no chão e nada se comparava a segurança que sentia. A partir deste momento digeriu suas escolhas, aceitou seus erros e caminhou sem olhar para tráz, certa de que a solidão não lhe era boa companhia.
Agora seus olhos viam o horizonte, novas escolhas, medos não lhe cabiam mais, só a sorte e esperança.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Começar

Me prometi não fazer grandes projetos, tentar ser mais serena e paciente para agradecer as dádivas que colher pelo caminho.
Decidi manter acesos no meu coração apenas os sentimentos que me confortam, fugir das mentiras e de pessoas que não me amem.
Desejo trabalhar o suficiente para sobreviver com dignidade e ter tempo para desfrutar da presença da minha família.
Buscarei conhecimento para ampliar meu olhar, sem nunca esquecer das minhas origens, do que realmente é importante.
Pedirei desculpas todas as vezes que puder, mas antes de tudo farei o possível para que elas não sejam necessárias.
Nesta nova fase peço saúde e amor, pois nada mais me falta.
Que eu possa ser a amiga que oferece o ombro amigo, ou estende os braços para um abraço, que meu sorriso possa compartilhar alegria.