sábado, 2 de janeiro de 2010

CONTO DA SOLIDÃO

Durante um longo tempo ouviu-se apenas o silêncio, aos poucos alguns ruídos carregados de dor apareceram envolvidos numa névoa de sentimentos conturbados.
Cada brecha de luz foi tomada pela escuridão, e lá se viu só, confusa e perplexa diante de tanto medo.
Cada gota de chuva que caia tocava sua pele e trazia á tona tanto já adormecido, que as sensações tiraram-lhe a consciência e a fizeram adormecer em meio a lama. Nada mais importava, apenas a solidão lhe servia de cobertor.
Após horas inerte, inebriada pela sensação seu corpo começou a despertar, ondas de calor lhe percorriam o corpo e todo o medo foi se trnsformando em curiosidade, e seus olhos viram o desconhecido com tanta cor, e nada mais importava.
Levantou-se ainda tonta da queda, aproveitou as últimas gotas da chuva para limpar seu corpo, e retirar os vestígios do passado, e tranquilamente deslizou na lama, impulsionada pela sensação de liberdade que recebia.
Atingiu terrenos cobertos de grama, e com passos lentos firmou os pés no chão e nada se comparava a segurança que sentia. A partir deste momento digeriu suas escolhas, aceitou seus erros e caminhou sem olhar para tráz, certa de que a solidão não lhe era boa companhia.
Agora seus olhos viam o horizonte, novas escolhas, medos não lhe cabiam mais, só a sorte e esperança.

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