Não descendo da Eva!
Sou filha da Maria,
que nasceu da Rosa,
filha da Margarida.
Mulheres da terra,
entre flores e ervas,
guerreiras ancestrais.
Eu Aparecida,
mergulho nas águas,
caminho sem manto.
Aprendi a plantar,
cozinhar e costurar
com a flor Margarida.
Herdei a teimosia,
a coragem no combate
da mulher Maria,
que também é Rosa.
Entre os tachos,
retalhos e linhas,
crochês e silêncios...
Maria e Antônia
me fizeram artesã
a dominar o ponto de fio.
Da Maria, doce mãe
recebi resiliência.
E um tanto de amar.
Ela que me fez filha,
fez-se pouso para curar.
A minha Maria flor,
que vigia os meus caminhos
e me lê como ninguém.
Mulher que me olha nos olhos
e vê além dos meus sorrisos.
Quem nasce filha de guerreira,
cedo aprende a caminhar.
Retira forças da terra,
semeia e aguarda germinar.
Materna, fecunda.
E mulher mãe, alimento
a estrela Ana,
mulher em botão.
Aurora, inspira a ação.
Não descendo da Eva...
E por não ser costela de ninguém, reconheço-me inteira.
Entregue ao vento por saber que estou de passagem...
Como as flores que me antecederam neste jardim.
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