domingo, 29 de julho de 2007

SENTIMENTO

Algumas pessoas ecoam aos quatro cantos a capacidade de amar e de receberem de forma fraterna este sentimento. Mas será que se tem a real dimensão do que é realmente amar, talvez nem eu tenha esta clareza.
Mas acredito que é amor, todo sentimento que se dá sem esperar recompensa. Amar é doar tempo, participar sem coibir, acreditar sem cobrar ações que muitas vezes só existem na nossa concepção de mundo.
Cotidiano, é exatamente neste contexto que se exercita o amor, e torna-o concreto.
Utopia, acreditar que se é amado por muitos, na verdade, temos relações de escambo dos sentimentos, entrega-se algo e logo em seguida, aguarda-se a recompensa, o amor que o outro é obrigado a dar sem ao menos ter a certeza de que isto é realmente verdadeiro.
Dispenso este tipo de sentimento, se quiser me amar, me ame como sou...imperfeita, única, humana! E não espere que eu mude meus planos pra garantir a sua satisfação, amo sim, mas não esqueço do que é realmente importante!

Aprendi a amar ao ser mãe, e erro muito, tentando ser perfeita, entrando em contradição com o que acredito.
Muitas vezes, cobra-se exercitar o "amor" em datas culturais, estabelecidas para que as pessoas convivam com sua eterna angústia de ser "bom", e todos se reúnem, se abraçam, discorrem votos de felicidade, e depois...cada um exerce sobre o outro o poder que tem nas mãos. Tenho nojo dos hipócritas, dos bonzinhos convictos, que esperam o momento de adquirirem poder para cobrarem os sentimentos que doaram , e julgam por direito serem a dádiva da sua tão sublime capacidade de amar!
Estou exposta ao mundo, e as relações doentias de amor, mas acredito que é possível amar, verdadeiramente!
Venho aprendendo a amar, e estou feliz com a possibilidade de viver o hoje, dedicando sentimento para outras pessoas , e me realizo ao ver este sentimento afetando, transformando, mas também me controlo para não me deixar envolver pela sedução da realização através do outro esquecendo de tomar conta de algo que me é muito precioso, a minha própria vida!
Não é porque amo que tenho o direito de julgar, de proibir, de tentar moldar, ou de cobrar dos outros que me devolvam o que dei!Dei por querer, sem me ferir, e que jutiça existe em coagir o outro a demonstrar um sentimento que a princípio é meu.
Traduzir angústias em palavras talvez não seja a forma mais eficiente de enfrentá-las, mas amplia a possibilidade de refletir sobre, e permite conviver com as mesmas sem maiores efeitos nocivos.

Nenhum comentário: