Queria ter menos sonhos, mais caminhos e muitos clones pra dar tempo de ser e fazer tudo que desejo!
A inconstância me faz ser assim, afoita, ansiosa...
Meu tempo é tão cruél, ontem tudo era tão certo, hoje tão desigual, amanhã tão indeterminado e minha vida percorre caminhos que não domino mas desejo.
Penso em como deve ser difícil conviver ao meu lado...em momentos não espero nada, outras vezes quero tanto, e não me cabe apontar caminhos isto faria a vida virar um grande receituário.
Quero tempo pra desvender meu código, descobrir como ler minhas reações, ações, impulsos, pra compreender minha essência e a reação dos que me cercam.
Hoje acordei tão mal humorada...nem me reconheço.
Minha busca de ontem me parece tão vazia, frágil, que se desmonta e meus olhos se esforçam pra ver na neblina o que meu cérebro não consegue organizar...
Quero tempo...muito tempo...dias de 48 horas, noites de sono intermináveis, manhãs repletas de calor, noites ardentes. Quero tanto que se torna pouco ter algo.
Bastaria ser irracional, deixar o corpo responder aos instintos, seguir o faro a sede e a fome, não pensar só sentir!
Que contagem de tempo é esta que não me satisfaz, me condena, rouba o desejo de ser e não ser...
Muito pra deixar, pra fazer, pra sentir e tocar...pouco tempo pra viver, que equação desigual.
Tempo, tarde, cedo, hoje, ontem , amanhã, nunca, quando...que espaço pra ocupar?
Dúvidas, medos, verdades, contrastes, mentiras, pedidos, vaidades, loucuras, sede, realidade, misturados num coração acostumado a ser voluntarioso...
Quero tempo pra sentir, pensar, refletir, viver.
Quero espaço pra errar, arriscar, perder, pedir.
Quero beijos intermináveis, abraços calorosos, saliva quente, mãos firmes e saudade...abraços ternos, olhares profundos, mãos dadas ao pôr do sol...quero agora, amanhã não sei mais!
Tarde, cedo, antes, depois, que tempo será o meu?
Como pode cinco letras nomear algo tão amplo? Tempo...
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