segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

...é SÓ medo, solidão assistida.

Imagens dançam e nada se vê.
E querer assusta tanto, ventania.
Medo cego de quem não sabe, não entende.
Olhos que me fitam e desconcertam...
Olhos meus que não vêem, trancam-se abertos.
Por não saber quem sou, desconfio.
Por imaginar quem és, protejo-te de mim.
Seriam meras palavras se estas não fossem tão poderosas.
Começo e fim, numa dança sem música.
E tola tenho medo do amor,
e prudente tenho medo de amar.
Acuada corro pelas ruas, escondida na multidão.
Apresso o passo, veloz, sem rumo.
Fujo, vou  ao encontro do que me prende,
pensamento que consome.
Folha seca caída na areia pisoteada,
esquecida pelo orvalho, arde em brasa,
aguarda a probabilidade de ser pó.
Busco o sofrer, auto flagelo para não ser.
Começo e fim numa dança sem ritmo.
Dolorida tenho medo de sonhar,
desconfiada acordo sem dormir.
Idéias  encontram-se, corpos afastam-se,
fala e silêncio, diálogo mudo...
Grito mudo, mudo, mudo, mudo.

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