Hoje foi uma dia daqueles, quente e agitado. Cheio de compromissos pela manhã, trabalho e fim de tarde com sol brilhando. Mas engraçado...fazia tempo que não me sentia tão animada, como se do nada um peso fosse retirado das minhas mãos. Ouvi música alta, dancei até suar, lavei minhas cortinas, tapetes, roupas de cama, deixei a água me refrescar, prazer de quem gosta de cuidar do próprio lar. Tão simples, tão bom! Reencontro com meu eu verdadeiro, sem maquiagem, frescura ou receio, um amar-se em gestos que são significativos só pra mim, e talvez por isto sejam tão bons.
Ouvi Clara Nunes, Gilberto Gil, Chico Buarque, Etta James, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Cesária Évora, Zeca Baleiro e meus ouvidos ainda vibram as doces notas que me envolvem, mas uma canção dentre tantas inacreditáveis, pode ser considerada a trilha sonora do dia...
At Last - Etta James
Dormirei ao som da chuva que cai insistente, rememorando a canção, comemorando ser minha, só minha a simples razão de continuar a existir como mulher, forte e viva. Feliz por ser quem sou, sentir como sinto, viver como vivo.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Inominável
Olhava para dentro e via as asas negras
ora pousadas, ora voando, multiplicavam-se.
Beleza intocada, violada agora com meu olhar de alma leve.
Tocava suas asas e voava junto, sem rumo, era só liberdade.
Nuvens densas se abriam, céu azul e vento.
E durante o voo retornei ao passado,
me vi criança tomando leite, cheirando a flor, tocando a terra.
Comi das palavras, mastiguei, misturei seus sons.
Ecoavam palavras novas, um dialéto inconsciente, gritava...
Sonora, sentia a plenitude de entregar-se ao não ser.
Nadei num céu de sangue, percorri o fluxo no corpo,
cada movimento cadenciado pelo bombear do coração.
Tão pleno, cada célula ligada a outra numa explosão de prazer.
E o vermelho que queimava tornou-se lilás, completo.
Tanta paz, que não cabia mais controlar nenhum sentir,
era hora de entregar-se, dei-me de asas abertas afagadas pelo vento.
Era dia, sim me lembro, mas as estrelas estavam lá e corriam,
saltitavam alegres deixando rastros de luzes corolridas,
ondas elétricas, ardiam, transpassavam a pele.
Percepção sensorial desconhecida, única!
Um quase perder os sentidos, descobrindo outros adormecidos.
Asas batiam ao meu lado, ouvia o ritmo dos corações.
O afago do vento, criança travessa que insiste em ficar,
cantava, melodia de assovios, sonoro carinho.
O corpo vibrava, pulsação, contração e enfim relaxamento total.
Adormeci por instantes, silêncio...paz!
Mariposas num céu de sangue violando o azul sem fim.
E vi o desconhecido para conhecer-me.
Não sabia te dar nome, devorei as palavras.
Não sabia descrever-te, bastava me entregar.
Mas íntima de teu e meu sentir, chamo-te de inominável,
aguardo o reencontro, escuto seu chamado no vento.
Inominável....
ora pousadas, ora voando, multiplicavam-se.
Beleza intocada, violada agora com meu olhar de alma leve.
Tocava suas asas e voava junto, sem rumo, era só liberdade.
Nuvens densas se abriam, céu azul e vento.
E durante o voo retornei ao passado,
me vi criança tomando leite, cheirando a flor, tocando a terra.
Comi das palavras, mastiguei, misturei seus sons.
Ecoavam palavras novas, um dialéto inconsciente, gritava...
Sonora, sentia a plenitude de entregar-se ao não ser.
Nadei num céu de sangue, percorri o fluxo no corpo,
cada movimento cadenciado pelo bombear do coração.
Tão pleno, cada célula ligada a outra numa explosão de prazer.
E o vermelho que queimava tornou-se lilás, completo.
Tanta paz, que não cabia mais controlar nenhum sentir,
era hora de entregar-se, dei-me de asas abertas afagadas pelo vento.
Era dia, sim me lembro, mas as estrelas estavam lá e corriam,
saltitavam alegres deixando rastros de luzes corolridas,
ondas elétricas, ardiam, transpassavam a pele.
Percepção sensorial desconhecida, única!
Um quase perder os sentidos, descobrindo outros adormecidos.
Asas batiam ao meu lado, ouvia o ritmo dos corações.
O afago do vento, criança travessa que insiste em ficar,
cantava, melodia de assovios, sonoro carinho.
O corpo vibrava, pulsação, contração e enfim relaxamento total.
Adormeci por instantes, silêncio...paz!
Mariposas num céu de sangue violando o azul sem fim.
E vi o desconhecido para conhecer-me.
Não sabia te dar nome, devorei as palavras.
Não sabia descrever-te, bastava me entregar.
Mas íntima de teu e meu sentir, chamo-te de inominável,
aguardo o reencontro, escuto seu chamado no vento.
Inominável....
Assinar:
Postagens (Atom)