Queria ser tomada, dominada por uma força maior que me fizesse cair de joelhos, desafiar o destino, fazer algo impensável, gritar no meio da praça as verdades que ninguém deseja ouvir, ser Clarisse Lispector com a caneta na mão. Que angústia esta falta do que pensar, não existe novidade, tudo se repete numa constância de não existir.
Minhas leituras me transportam por segundos, mas meus olhos não conseguem manter o fascínio na realidade, parece que o mundo ficou desbotado, passaram borracha nas linhas, ficaram borrões e sombras.
Sou uma insatisfeita, que saco, seria qualidade não fosse meu hábito de deixar as pessoas coladas ao momento vivido, algumas congeladas no passado outras meio mortas no presente, vejo mas não me encanto.
Vou ser bruxa, fazer poções mágicas pra me encantar, ficar apaixonada pela vida por prazos inderteminados... E talvez só assim passe o marasmo, não espero grandes surpresas, os fatos já mostram que o terreno não é sólido.
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