domingo, 26 de setembro de 2010

Pétalas

Galhos torcidos balançam ao vento
dançam, se tocam, entrelaçam.
Noites e dias passam, é o tempo.
Deixam a mostra suas folhas
e até mesmo os espinhos.
Botões acenam singelos
espalham-se, seguem a luz.
Eis que chega a hora de desabrochar,
tanto encantamento, cores, odores.
Gotas de orvalho refrescam, evaporam.
Há tanta beleza,cativa,
agregam olhares, desejos e buscas.
Não basta apreciar...
Cortam-lhe a vida,
Guardam belos e mortos botões.
E pétalas sem vida caem aos poucos.
Algumas acabam presas em livros,
guardando o segredo dos momentos.
Outras voltam para terra,
esperando renascer.
Pétalas que forram os pés
de tantas musas, amadas.
Cobrem a dor da despedida,
ritualizam o amor.
Deixam de ser vida, para dizerem caladas o que as palavras não falam mais.

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