quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Em 2009 comecei a cultivar uma hortinha na laje, queria desenvolver paciência e aprender a cuidar e manter algo que não pudesse abandonar, foi uma motivação prática, uma espécie de terapia aos meus modos. Com o passar do tempo comecei a arriscar com hortaliças, flores, germinar sementes de frutas, e a horta foi crescendo, aprendi a amar as plantas que além de tudo que eu pretendia ganhar me davam experiências com a decepção, algumas morriam, apareciam pragas, e naturalmente fui aprendendo a encarar o ciclo da vida, vários processos profundos aconteceram dentro de mim e no meu jardim. No ano passado fiz um curso sobre hortas pedagógicas, ser professora tem dessas alegrias, você estuda para ensinar e aprende para a sua vida, e nele conheci um pouco sobre compostagem, e é claro que fiz uma composteira em casa, primeiro com garrafas de água, aquelas de 5 litros, costurei capinha para proteger as minhocas, testei vários processos, o lixo virou diversão. No segundo semestre de 2017 fiz a composteira em baldes grandes, e todo o lixo orgânico passou a ser tratado em casa. Descobri que adoro minhocas, elas são incríveis. Tenho muito para aprender sobre compostagem, correção de solo, para plantar comida, sair dessa sina de comer veneno, e lógico fazer essas aventuras na escola. Hoje olhando o balde cheio de húmus, com essas minhocas, que para mim são mágicas, me dei conta que elas já me ensinaram algumas coisas, inclusive a ver beleza no que era para ser descartado, no poder da natureza, e isso inclui os humanos. Estou bem longe de ser uma conhecedora sobre o assunto, mas agora agradeço pela oportunidade de poder sonhar com as novas transformações que isso irá gerar, afinal adubo aqui em casa é ouro, faz crescer flor, amora, figo, ervas aromáticas na porta. Na minha casa crio esperança, plantas e minhocas.

Shirlei do Carmo

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